sexta-feira, julho 18, 2008

Adolescência na praia...

“Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma vez na vida, com mais suavidade que qualquer outra criatura sobre a terra. A partir do momento em que deixa o ninho, começa a procurar um espinheiro-alvar e só descansa quando o encontra. Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se no acúleo mais agudo e mais comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e despede um canto mais belo que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo, cujo preço é a existência. Mas o mundo inteiro pára para ouvi-lo, e Deus sorri no céu. Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento... Pelo menos é o que diz a lenda.”

O começo de férias, férias em família, Algarve, filhos, filha adolescente...tudo isto me fez pensar num livro que li, precisamente, na minha adolescência, ou talvez um pouco mais tarde. Fui adolescente até tarde. O livro, esse sim, marcou a minha adolescência tardia. Fez-me sonhar e tremer. Isto parece bem piroso, mas na altura foi um livro que me tocou profundamente.
Saíu à pouco tempo num jornal ou revista...
Lembrou-me o Verão e as paixões de praia...dei-o à minha filha, adolescente. Espero que goste, que o leia na praia e que se recorde dele como eu.

segunda-feira, agosto 27, 2007

"O Verão é uma das quatro estações do ano. Neste período, as temperaturas permanecem
elevadas e os dias são longos. Geralmente, o verão é também o período do ano reservado às FÉRIAS."


Metallica UHF


Praia da rocha



Alentejo








Valença

Freixo












Algarve









Vide




mais uns dias... et Voilá!











































terça-feira, agosto 21, 2007




Há mais uma estrela no céu a olhar por nós...

Ana, até sempre...



Cântico IV
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Cecília Meireles

quinta-feira, julho 26, 2007

Para ti, Açoreano...


Marshmallow

Marsh: pantano-ciénaga
Marsh Mallow: Malva del pantano
Altea o Malvavisco: m. (Lat. Malvaviscus). Planta malvácea.

AMIGO

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
"Amigo" é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
"Amigo" (recordam-se, vocês aí,Escrupulosos detritos?)
"Amigo" é o contrário de inimigo!
"Amigo" é o erro corrigido
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada!
"Amigo" é a solidão derrotada!
"Amigo" é uma grande tarefa,
É um trabalho sem fim,
Um espaço sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
"Amigo" vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca

quarta-feira, julho 25, 2007


O meu menino é lindo....

Menino De Oiro


O meu menino é d'oiro

É de oiro fino

Não façam caso que é pequenino

O meu menino é d'oiro

D'oiro fagueiro

Hei-de levá-lo no meu veleiro...



FIESA

quinta-feira, julho 12, 2007




"É costume, à noite, todas as boas mães, depois dos filhos estarem a dormir, inspeccionarem os seus espíritos e porem as coisas no seu lugar para a manhã seguinte, colocando nos lugares próprios muitas das coisas que andaram desarrumadas durante o dia. Se pudessem ficar acordadas (mas claro que não podem) veriam a vossa mãe a fazer isso e achariam muita graça observá-la, é muito parecido com arrumar gavetas. Vê-la-iam de joelhos, alegremente, espero, de volta de algumas das vossas alegrias, pensando onde teriam ido descobrir aquilo, fazendo descobertas muito agradáveis e outras menos, apertando isto contra o rosto como se fosse um gatinho e afastando, apressadamente, outra coisa. Quando acordam de manhã, a maldade e as paixões ruins com que se deitaram foram dobradas e guardadas no fundo da vossa mente e, por cima, lindamente arejados, estão estendidos os vossos pensamentos mais bonitos, prontos para serem usados."
In Peter Pan, J. M. Barrie

domingo, junho 24, 2007

Viva a nossa festa....

Composição: Toquinho/Vinicius de Moraes

Numa folha qualquer
eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão
e me dou uma luva
E se faço chover,
com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai
num pedacinho azul do papel
num instante imagino
uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando
a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havaí,
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando,
é tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo,
com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo,
sereno e lindo
e se a gente quiser ele vai pousar
Numa folha qualquer
eu desenho um navio de partida
com alguns bons amigos bebendo
de bem com a vida
De uma América a outra
consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar
pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida,
depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarelade
uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
(que descolorirá)
e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
(que descolorirá)
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
(e descolorirá)